segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Nossa Senhora da Boa Morte

A devoção à Nossa Senhora da Boa Morte chegou aos cristãos do Ocidente, através da tradição cristã do Oriente, sob o título de "Dormição da Assunta". Talvez, esse seja o culto mariano mais antigo, iniciado logo nos primeiros séculos do cristianismo. A última metade do século V foi marcada pela propagação de uma literatura apócrifa, isto é, escrita na época dos fatos, mas não incluída na Bíblia, sobre a morte e assunção da Virgem; e a construção de uma Basílica para venerar o túmulo da Mãe de Deus, por ordem da imperatriz Eudóxia. Isso acabou provocando a mudança do conteúdo temático do culto de 15 de agosto, para a "Dormição da Assunta", já no início do século VI. Os escritos apócrifos revelavam que, a Virgem Maria teria entrado em "Dormição", isto é, entrado no sono da morte rodeada pelos apóstolos. O seu corpo imaculado foi levado por eles a um sepulcro novo no Getsêmani. Três dias depois, eles voltaram ao local e o encontraram vazio e com odor de flores. A Mãe fôra "Assunta", isto é, subira ao céu em corpo e alma. No século VII, o imperador Maurício prescreveu que essa festa mariana fosse celebrada em todos os seus domínios, como uma das mais importantes. E finalmente, o Papa Sérgio I a introduziu na liturgia de Roma. Desse modo, o culto "Dormição da Assunta" ou "Dormição da Mãe de Deus" alcançou toda a Igreja, do Oriente e do Ocidente. A Igreja do Oriente, se dedicou ao culto da devoção da Mãe de Deus, até por ser a mais primitiva. Muitas igrejas cobertas de ícones sagrados foram erguidas em todos as regiões, nesse período bizantino. Os lugares sagrados, marcados pelos acontecimentos da Revelação do Mistério de Deus, foram guardados dentro de magníficos templos cobertos de ícones. Os ícones não foram feitos para adornar o templo, são pinturas que representam os símbolos sagrados da Igreja e descrevem o Evangelho. Assim, uma grande profusão de ícones invadiu a Igreja do Ocidente, especialmente os da Mãe de Deus. A Virgem Santíssima, além de ser invocada e representada em "Dormição", foi chamada de "Assunta", como seu filho foi elevada ao céu, pelo mérito de Cristo, obtendo a Redenção corpórea.

domingo, 7 de agosto de 2011

Nossa Senhora do Café


A invocação a Nossa Senhora do Café começou há sete anos, na cidade de Espírito Santo do Pinhal, no Estado de São Paulo, em decorrência das dificuldades por que passa o setor cafeeiro na região.  Ela não apareceu a ninguém. Veio do Rio de Janeiro, desenhada numa folha de papel, via correio. É uma história muito curiosa, cujo começo está em Nossa Senhora Aparecida, chamada “minha” Nossa Senhora do Café, em artigo publicado nos Anais Franciscanos, no ano de 1964. O titulo do artigo foi: “Minha Nossa Senhora do Café".
Este tema de Nossa Senhora do Café voltou a aparecer em público porque a Cooperativa dos Cafeicultores de Espírito Santo do Pinhal tem um jornal, e seu redator pediu-me um artigo sobre qualquer assunto. Tive então a inspirada ideia de escrever um artigo com o mesmo título daquele que escrevera em 1964: “minha” Nossa Senhora do Café.
O professor Albertino Fonseca, certamente inspirado pelo Espírito Santo (padroeiro de nossa cidade), idealizou e desenhou o “design” da imagem, em bico de pena, uma Nossa Senhora, colocando-lhe a inscrição: Nossa Senhora do Café do Brasil. Tendo-a remetido a Pinhal, ficamos todos surpresos e felizes, porque nunca tínhamos pensado nem ouvido falar em "Nossa Senhora do Café".
Tiramos cópias do desenho, registramos a data da chegada: 8 de setembro de 2001 e as Boas vindas foram dadas pelos representantes do comércio local, pela Câmara Municipal, por monsenhor Augusto Ferreira e pela Coopinhal, a Cooperativa de Café. Em assembleia realizada É com a presença do monsenhor Augusto e cooperados, escolhemos o dia 9 de agosto para celebrar Nossa Senhora do Café, data da fundação da Cooperativa que, no ano seguinte, construiu-lhe uma capela, cuja planta, do arquiteto pinhalense Alexandre Vitta, é uma réplica de um armazém de café do século 18, expandindo-se a nova invocação mariana.
A pequena imagem de Nossa Senhora do Café, feita por um escultor de Pedreira (SP), Pedro Carlos de Oliveira, substituiu a anterior, que não dava reprodução. E quando ficamos sabendo da Expo Católica 2004, em São Paulo, vimos a ótima oportunidade de divulgação dessa nova devoção à Mãe do Filho de Deus.
As pessoas acharam-na linda! Morena, de manto na cor do café torrado, túnica e véu da cor, do café cru, bem brasileira, uma vez que, na Colômbia, a "Virgem del Café" traz as características da arte colombiana
(Publicado originalmente na Revista Vicentina Adoremos).