quarta-feira, 4 de março de 2009

Nossa Senhora da Conceição


Trata-se de um título litúrgico, celebrado no dia 8 de dezembro, pelo qual os católicos professam a prerrogativa concedida unicamente a Nossa Senhora: Maria foi concebida sem a mancha do pecado original. Deus preparou, desde o momento de sua concepção, uma criatura pura, toda santa, cheia de graça e de beleza, para ser a Mãe de seu Filho e sua alma santíssima jamais foi manchada pela menor imperfeição.
Deus, para quem nada é impossível, em sua divina Providência, quis formar de modo extraordinário a arca que conteria seu Divino Filho, poupando-a de todo e qualquer traço de pecado.
Da palavra “concebida” formou-se o derivado “Conceição”. A conceição de Maria foi, pois, imaculada. Daí a Imaculada Conceição, que com o tempo se uniu ao vocativo “Nossa Senhora”, chegando, finalmente, a “Nossa Senhora da Conceição”.
O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi proclamado pelo papa Pio IX, em 1854, mas o calendário romano já incluíra a festa em 1476 e, desde o sétimo século, esta celebração já existia no Oriente. Esta solene definição pontifícia foi resultado de um desenvolvimento da devoção popular aliada a intervenções papais e infindáveis debates teológicos. Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e, em 1708, Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória a toda cristandade. Quatro anos após a proclamação do dogma por Pio IX, Maria Santíssima apareceu a Bernadette Soubirous dizendo: "Eu sou a Imaculada Conceição".
O fundamento deste privilégio mariano está na absoluta oposição existente entre Deus e o pecado. Ao homem concebido no pecado, contrapõe-se Maria, concebida sem pecado. E a Maria, como Imaculada, foi reservado vencer o mal, os erros e as heresias que nascem e se desenvolvem no mundo como conseqüência do pecado.
O privilégio da Imaculada deve ser considerado, pois, não de maneira abstrata e estática, mas na sua projeção histórica e social. A Imaculada não é, na verdade, uma figura isolada das outras naturezas humanas. “Toda a história humana é iluminada e engrandecida por esta excelsa criatura, a única que, em perfeição, é inferior somente a Deus”.
Em Portugal, o culto foi oficializado por Dom João IV, primeiro rei da dinastia de Bragança, que fora aclamado a 1º de dezembro de 1640, quando se iniciava a oitava da festa da Imaculada Conceição. Seis anos depois, com a aprovação das Cortes de Lisboa, o rei dedicou à Virgem Imaculada o reino português. Nossa Senhora da Conceição é a Padroeira de Portugal.
No Brasil, o culto teve início na Bahia em 1549, quando Tomé de Souza chegou a Salvador trazendo uma escultura da santa. Ela foi a protetora de nosso país no período colonial e foi proclamada “Padroeira do Império Brasileiro” por Dom Pedro I. Já no despontar do século XX, com o advento da República, o título cedeu lugar a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que é a antiga imagem da Imaculada Conceição encontrada nas águas do rio Paraíba do Sul.
Continuemos, todos nós, a pedir ajuda e proteção a Nossa Senhora da Conceição, pois ela sempre nos dará amparo.

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